O Espírito Santo é Criativo

Matheus Bazzo
3 min readApr 22, 2024

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Esse texto faz parte de uma série de reflexões publicadas nos Estudos Estéticos, minha newsletter semanal. Algumas expressões podem fazer referência aos e-mails semanais ao longo do texto.

Em um de seus podcasts, Lex Fridman questionou Mark Zuckerberg a respeito do sentido da vida. O fundador da Meta respondeu citando o livro de Gênesis onde narra a criação do mundo por Deus. A partir disso ele afirma que o sentido da vida está em criar e comunicar — que são atributos também divinos. A intuição de Zuckerberg não está muito distante do que o Papa São João Paulo II descreve em sua Carta aos Artistas: “Na criação artística, mais do que em qualquer outra atividade, o homem revela-se como imagem de Deus”.

Criar é uma atividade fundamentalmente humana pois compartilha de um atributo divino. Sendo algo tão fundamental, é impossível que empreendimentos de sucesso não considerem o ato criativo como um de seus elementos estruturantes. É por isso que o quarto pilar na criação de um negócio de sucesso é exatamente esse: O Espírito Santo é criativo.

Em primeiro lugar, precisamos desmistificar o ato criativo. Quando São João Paulo II fala sobre a criatividade voltada aos artistas, não devemos pensar que o ato criativo seja algo próprio somente de poetas e pintores. A criatividade é uma ação comum a todos os seres humanos. Todos nós somos criativos em alguma atividade particular, seja ela propriamente artística ou não.

Gosto de citar uma breve questão biográfica para ilustrar essa questão.

Eu nunca quis ser empresário. Nunca tive vontade de assumir essa posição como função social. Porém, com o crescimento natural de minhas empresas, se tornou necessário assumir todas as responsabilidades oriundas dessa atividade como empresário. Por isso me tornei empresário, para realizar uma necessidade que estava à minha frente.

Aqui precisamente se encontra o primeiro sinal da criatividade. Criatividade não é fazer o que você quiser e do jeito que você quiser. Criatividade significa exercer sua criatividade na responsabilidade que te cabe. Isso porque só você é capaz de resolver problemas e assumir responsabilidades do seu jeito. E cada uma das suas responsabilidades é uma oportunidade de aplicar uma nova visão sobre problemas e desafios. Somente a atuação individual focada — falamos sobre isso no terceiro pilar — é capaz de criar novas soluções.

Não há como escapar do que você deve fazer. Negar o seu dever é renegar a si mesmo. Atalhos não existem e toda negação às responsabilidades é um desvio da realização individual. Não se entende aqui como responsabilidade estritamente as exigências de uma vida profissional, mas todas as demandas onde estamos instalados e somos seus receptores seja na vida familiar, conjugal, espiritual, etc.

A responsabilidade é o jardim onde floresce a personalidade. Um jardim aparentemente árido aos que o negam e ficam ao relento, mas infinitamente fértil aos que o abraçam e cultivam.

“Eis que faço nova todas as coisas” diz o livro de Apocalipse. A criação de novidades é um chamado de Deus para nós. Ou seja, como cristãos — e, vá lá, como seres humanos — temos o compromisso de fazer novas todas as coisas. É por isso que um negócio de sucesso precisa dessa responsabilidade criativa. Nossos empreendimentos precisam criar soluções novas. Precisamos sempre nos preocupar com isso: como eu posso fazer diferente?

Isso porque a criatividade é o fundamento das experiências encantadoras. É o fundamento de uma experiência nova com produtos e serviços que podem encantar as pessoas, lembrando-as de que as coisas tem um valor para além da materialidade.

Essa experiência pode marcar a vida de uma pessoa. E isso não é pouca coisa. Por isso, temos a responsabilidade de criar essas experiências novas. Uma empresa precisa ser criativa pois nosso trabalho precisa marcar a vida de cada um que nos encontrar.

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Matheus Bazzo

Empreendo, escrevo e registro em fotos | Co-founder: @lumine.tv /@minhabibliotecacatolica / @peregrinoapp